quinta-feira, 28 de maio de 2009

Wagner, as vaias e os seus "aliados"

O governador Jaques Wagner e o presidente Lula, como toda imprensa noticiou foram vaiados em Cachoeira. Quem esteve presente na última segunda-feira ao ato que marcou a entrega do Quarteirão Leite Alves, que vai abrigar o CAHL - Centro de Artes Humanidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, testemunhou muito bem de onde saíram as vaias. Perspicaz, o próprio governador, em seu discurso, pediu desculpas ao presidente Lula pelo incidente e afirmou que sabia que aquela manifestação não partia da comunidade de Cachoeira. Wagner ainda frisou: "O povo de Cachoeira é hospitaleiro e sabe receber bem as pessoas".

Até certo ponto, a avaliação do governador estava correta. O que Wagner, agora já deve ter conhecimento por meio do seu cerimonial e da sua segurança é que os apupos vieram de pessoas devidamente credenciadas para ter acesso, à chamada ala alfa do área do evento. De acordo com a estratégia da segurança da presidência da República, nesse local ficariam "aqueles convidados credenciados que não hostilizariam as autoridades que estavam no palco, ou seja, o presidente Lula, o governador Jaques Wagner".

Até aí tudo bem. A imprensa presenciou, a segurança presenciou, os cerimoniais da Presidência da República e do Governo do Estado também têm conhecimento de que lado surgiram os apupos contra essas autoridades. Exatamente do ponto onde ficaram concentrados todos aqueles que receberam o pin (broche) que dava acesso ao local, distribuídos à rodo por militantes do PT de Cachoeira. O grupo de estudantes da UFRB que vaiou Wagner e o presidente Lula, teve acesso ao local, graças à credencial entregue pelo PT de Cachoeira, como comprovam algumas imagens nas imediações da Igreja de Nossa Senhora do Monte, segunda-feira, dia 25 de maio, momentos antes do início do ato público.

Caso a intenção da ingerência dos chamados aliados de Wagner neste episódio tinha outros objetivos, o tiro, dessa vez, escapou pela culatra. Os seus ditos aliados concorreram para que o episódio acontecesse.

A hostilização contra as duas autoridades foi a maior preocupação das equipe dos seus respectivos cermoniais e chefes de segurança. Logo na primeira reunião com representantes institucionais para a preparação das visitas, isso foi devidamente exposto. O vice-reitor da UFRB, Sílvio Soglia foi muito claro quando alertou que havia uma movimentação entre os estudantes nesse sentido. Diversas reuniões com representantes da presidência foram realizadas com os estudantes. O tempo todo viu-se macróbios veteranos da política cachoeirana, que se dizem de esquerda e aliados de Wagner, insuflando os estudantes. Inclusive, tentando participar de reuniões. Portanto, se Wagner e Lula foram vaiados, os fatos apontam que houve a participação daqueles que se dizem seus aliados.

Em duas situações anteriores, o mesmo grupo que vaiou o governador e o presidente Lula, segunda-feira, já vaiou Wagner em Cachoeira. A primeira vez, foi quando o governador veio inaugurar as obras de restauração da Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, o antigo prédio do Arquivo Municipal e a Casa natal de Teixeira de Freitas. Com faixas, cartazes e apitos os manifestantes(os mesmos de segunda-feira, que recebem o apoio do PT de Cachoeira), invadiram a Igreja e , quase não deixam o governador discursar.

A outra hostilização foi no dia 25 de Junho do ano passado, quando estes mesmos estudantes e alguns professores com apitos, cartazes e nariz de palhaço , apuparam o governador na saída deste da solendiade na Câmara de Vereadores. Os jornais estão aí com seus arquivos para provar quem anda vaiando Wagner em Cachoeira e quem são os que apoiam essas vaias.