terça-feira, 1 de junho de 2010

Cachoeira e o primeiro passo para a Independência do Brasil



Junho é um mês muito especial para o povo da Heroica Cidade de Cachoeira, afinal foi nessa terra que a Independência do Brasil começou. Para relembrar os feitos dos patriotas da então Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira, os cachoeiranos mobilizados pela Câmara de Veradores dão inicio neste primeiro de junho, as celebrações em homenagem aos 188 anos da Independência de Cachoeira. Autoridades e populares participam do ato da levada dos paus da bandeira, logo mais à noite. Demonstrando sentimento cívico seguem ao som da Sociedade Orpheica Lyra Ceciliana repetindo com vigor e orgulho as estrofes do Hino da Cachoeira, escrito pelo poeta Sabino de Campos com letra Manoel Tranquilino Bastos, há mais de 70 anos. Neste ato, os cachoeiranos simbolicamente, delimitam com mastros fincados nos extremos da cidade Caquende e Ponta da Calçada, o território livre de Cachoeira do jugo portugues.

A partir de 1 de junho uma intensa programação acontece até o dia 25 de junho considerada, a Data Magna de Cachoeira. No dia 25 de junho de 1822, a Câmara de Veredores aclamou como regente, o então príncipe D. Pedro. A ousadia dos cachoeiranos não se limitou ao gesto pioneiro daquela Casa Legislativa, os moradores da Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira pegaram em armas para defender a soberania da nação brasileira enfrentando as forças militares do comandante das Armas da Província, brigadeiro Luiz Madeira de Melo que tentava sufocar o movimento inssurecional que se instalara no Recôncavo. Esse momento foi decisivo para unir o Recôncavo até a vitória da Bahia no 2 de Julho de 1823, em Salvador.Cachoeira detém o privilegio de ter dado o primeiro passo no processo de luta que levaria o Brasil se separar politicamente de Portugal. Em reconhecimento a esse feito histórico, em 13 de março de 1837 , a então Vila foi elevada à categoria de cidade com a Denominação de Heroica Cidade da Cachoeira.

Para dar visibilidade a esses feitos que contribuíram decisivamente para consolidação da soberania política do Brasil, os cachoeiranos lutam, agora, para inserir nos currículos das escolas a história da Independência de Cachoeira, valorizando personagens a exemplo de Antônio Pereira Rebouças, Francisco Gê Acaiaba Montezuma, José de Almeida e Arnizáu, Cel.. Garcia Pacheco Moura Pimentel, comandante do Regimento da Cavalaria Miliciana, o padre José Marcelino de Carvalho, Rodrigo Antônio Falcão Brandão. Muitos destes foram homenageados com nomes de ruas e até de escolas. Porém, parte significativa da população, infelizmente, ainda desconhece a importância desses personagens para a história da Bahia e do Brasil.

Em 1999, a então deputada estadual, a cachoeirana Lídice da Mata, apresentou Projeto de Lei, propondo a transferência simbólica da Capital do Estado da Bahia, para a cidade de Cachoeira, a cada 25 de junho como homenagem à resistência histórica do povo cachoeirano. Há três anos, inspirado no projeto de Lídice da Mata, o governador Jaques Wagner encaminhou projeto à Assembleia Legislativa, tornando, assim, Cachoeira capital simbólica da Bahia no dia 25 de Junho.

No próximo 25 de Junho quando completa os 188 anos da Independência de Cachoeira, brasileiros e portugueses se enfrentam em mais uma batalha. Desta vez, a luta será nos gramados da cidade de Durban na África do Sul, quando às 11h, horário de Brasília, a Seleção do Brasil enfrentará a Seleção de Portugal. Por certo, em Cachoeira, haverá nesse horário, uma pausa nas comemorações da Independência para que todos possam torcer, é lógico, pela vitória do Brasil.(Alzira Costa)