terça-feira, 30 de novembro de 2010

ENCONTRO DE TALENTOS EM CACHOEIRA NO I FESTIVAL DE MÚSICA INSTRUMENTAL DO INTERIOR DA BAHIA Entre as atrações, filarmônicas, bandas, grupos regionais

A cidade histórica de Cachoeira será o cenário da primeira etapa do I Festival de Música Instrumental do Interior da Bahia, nos dias 3, 4, e 5 de dezembro, no CAHL - Centro de Artes, Humanidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo, na Rua Maestro Irineu Sacramento, S/N, Centro. A programação terá início sempre às 19 horas, com abertura de filarmônicas da região especialmente convidadas: Lyra Ceciliana de Cachoeira, Minerva Cachoeirana e União Sanfelista, de São Félix. Os ingressos custam R$ 2,00 (inteira) e R$ 1,00 (meia). O Festival tem o patrocínio da Petrobras e Ministério da Cultura; apoio financeiro do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura do Estado. É uma realização da Associação Instrumental da Bahia e tem produção da Mil Produções. A curadoria é do maestro e compositor Zeca Freitas e do ator e pianista Fernando Marinho. Depois de Cachoeira, a segunda etapa do Festival vai acontecer na cidade de Jequié, no Centro de Cultura ACM, nos dias 17, 18 e 19 de dezembro.

Uma programação diversificada e de boa qualidade está reservada para as três noites do festival inédito, que vai reunir talentos regionais, atrações de Salvador e convidados especiais. Dia 3, sexta-feira: Os Chorões do Recôncavo (Cachoeira); Roque Adson e Instrumentistas Maragojipanos; Banda de Boca (Salvador); dia 4, sábado: Sexteto de Sopros (Cachoeira); Adson Sodré Trio (Jequié); Banda Transcendental (Salvador), com participação especial do saxofonista carioca Leo Gandelman; dia 5, domingo: Quinteto de Madeiras (São Félix); Quaternália (Feira de Santana); Núcleo de Percussão da UFBA com participação especial de Aroldo Macedo no show Homenagem aos 60 anos do Trio Elétrico.

Workshop e Master Class – Também como parte do evento, serão realizados workshop e master class gratuitos, nos três dias, no CAHL, das 10 às 14 horas, com a participação de músicos e compositores, focalizando temas como a manutenção e conservação dos instrumentos musicais, performance dos músicos no palco, técnicas de improvisação e incentivo à pesquisa do repertório musical, entre outros.
EXPOSIÇÃO E HISTÓRIA - Além das atrações musicais, o público vai conhecer a Exposição Multimídia do Festival de Música Instrumental da Bahia, sobre as 16 edições realizadas em Salvador, principalmente no Teatro Castro Alves, desde os anos1980 até 2009. São painéis fotográficos e sonoros, material gráfico em diversos formatos, incluindo filipetas, programas, cartazes, camisas, CDs, vídeos e programas produzidos pela TV Educativa da Bahia. Em sua importante trajetória, o Festival apresentou espetáculos memoráveis com os maiores nomes da música instrumental da Bahia, do Brasil e, em algumas edições, também de outros países, como o mestre Sivuca, Wagner Tiso, Hermeto Pascoal, Naná Vasconcelos, Victor Biglione, César Camargo Mariano, Hamilton de Holanda, Jacques Morelenbaum, Spok Frevo, Rumpilezz e o renomado pianista chinês Mei-Ting Sun, em concerto com a Orquestra Sinfônica da Bahia sobre a regência do mastro Erick Vasconcelos. O material audiovisual da exposição foi editado por alunos do Curso de Cinema e Vídeo da Universidade Federal do Recôncavo, sob a coordenação do professor Adriano de Oliveira. A exposição tem curadoria de Fernando Marinho e dos fotógrafos Roberto de Sousa e Sora Maia.
Interior - “O Festival faz parte do calendário cultural da Bahia, e este ano só não foi realizado em Salvador por falta de patrocínio,” explica o curador Zeca Freitas. Por outro lado, a ideia de estender o evento para o interior, “estabelecendo um diálogo entre a Capital e outras cidades”, é uma meta antiga do próprio evento, e que pretende envolver a cada ano os principais territórios de identidade cultural, como Feira de Santana, Juazeiro, Mucugê, Camaçari, Lençóis e Vitória da Conquista, entre outros. “Esta nova trajetória nos permite plantar algumas ideias nas cidades, junto às suas lideranças políticas, empresariais e culturais, estabelecendo um intercâmbio com os grupos do interior, Salvador e do Brasil, fortalecendo e divulgando a música instrumental.”
Vitrine musical - Na seleção das atrações exclusivas do interior da Bahia (feita mediante inscrições dos interessados), “procuramos destacar a qualidade artística, a originalidade, a pesquisa sonora e as características de cada músico ou grupo, de modo a apresentar ao público uma vitrine bastante atraente daquilo que é produzido no campo da música instrumental na Bahia e no Brasil”, explica o também curador do evento, Fernando Marinho. Ao mesmo tempo, está tendo início um mapeamento para conhecer melhor quem são esses grupos, onde eles atuam, e se são regulares ou esporádicos.
FILARMÔNICAS - Marinho destaca ainda que nas três noites do Festival a abertura será feita por uma filarmônica tradicional da região: A Lyra Ceciliana de Cachoeira, União Sanfelista e Minerva Cachoeirana. “Para nós é uma honra muito grande. As filarmônicas são o principal grupo instrumental do interior baiano e elas existem na maior parte das cidades, reunindo pessoas de qualidade que são loucas e apaixonadas por música. As filarmônicas, para mim, são a grande escola, o mais importante centro social, uma verdadeira agremiação.”
Também em Jequié - Depois de Cachoeira, a segunda etapa do Festival vai acontecer na cidade de Jequié, no Centro de Cultura ACM, nos dias 17, 18 e 19 de dezembro, com mais atrações.
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PROGRAMAÇÃO DO FESTIVALEM CACHOEIRA:
3/12 (SEXTA-FEIRA) 19 HORAS Abertura: Lyra Ceciliana de Cachoeira
BANDA DE BOCA (SALVADOR) - O grupo é uma das mais originais novidades musicais brasileiras. Tem como característica a perfeita reprodução com a voz do som de instrumentos como a guitarra, baixo, violino, violoncelo, percussão, bateria, sopros, sanfonas e até o triângulo. Criada em 1999 pelo músico e maestro Hiran Monteiro, reúne quatro vozes masculinas e uma feminina: Hiran Monteiro, Neto Moura, Poliana Monteiro, Arno Hübner e Fábio Eça. Com arranjos próprios, a banda possui vasto repertório, da MPB ao clássico, passando por ritmos nordestinos, o pop, funk e samba de roda. Em 2002 teve o reconhecimento nacional ao vencer em São Paulo, o 2o lugar no V Prêmio Visa de MPB - Edição Vocal, concorrendo com dois mil candidatos de todo o país. O grupo já gravou com Caetano Veloso e José Miguel Wisnik (Onqotô), Carlinhos Brown (Carlito Marrón) e Daniela Mercury (Balé Mulato). O show “A voz como instrumento” 2006-2007 conquistou três prêmios no Troféu Caymmi. O CD da Banda de Boca pras Crianças” foi indicado ao Grammy Latino 2010.
OS CHORÕES DO RECÔNCAVO (CACHOEIRA) - A ideia de formar o grupo surgiu em um festival de instrumentistas realizado na cidade baiana de São Félix, no qual se destacaram dois jovens integrantes da filarmônica Lyra Ceciliana: Nilton de Azevedo e Aradson Alves que decidiram convidar outros músicos da filarmônica para formar um grupo de choro, o que até então não era uma muito comum no Recôncavo. Com o apoio da Lyra Ceciliana e do ponto de cultura de Cachoeira, formaram os “Chorões do Recôncavo”. O grupo vem crescendo a cada dia e eles já se apresentaram em várias cidades como Recife, São Paulo, Salvador e Lençóis, na Chapada Diamantina.

ROQUE ADSON E INSTRUMENTISTAS MARAGOJIPANOS - Liderado pelo instrumentista Roque Adson, o grupo vem desenvolvendo um trabalho musical na região de Maragojipe, tendo em seu repertório salsas, choros, música erudita. Roque Adson ingressou na Filarmônica Terpsícore em 1988, mostrando talento como regente e contribuindo para a cultura musical da cidade. Tocou com grandes nomes da música baiana e brasileira. Participou de vários festivais, dentre eles o XIII Festival de Música Instrumental da Bahia.


4/12 (SÁBADO) 19 HORAS Abertura: Filarmônica União Sanfelista (São Félix)
LEO GANDELMAN (RIO DE JANEIRO) - Saxofonista, produtor, compositor e arranjador, é hoje um dos mais influentes músicos no Brasil. Aos 15 anos já era solista da Orquestra Sinfônica Brasileira. Além da sólida formação clássica, estudou no Berklee College of Music, nos Estados Unidos, onde seu trabalho também foi lançado com grande sucesso. Chegou a realizar seis temporadas de casa cheia no Blue Note de Nova Iorque. Com trânsito fluente entre o jazz e o clássico, participou como solista - em 2001 - dos concertos da Orquestra Sinfônica Brasileira no Lincoln Center e no Central Park, em Nova Iorque. Com o CD "Radamés e o Sax" ele ganhou o prêmio TIM 2007 como “Melhor Disco Instrumental” e “Melhor Produtor”. O artista lançou o CD e DVD “Sabe Você” pela EMI Music Brasil, uma releitura de canções brasileiras com a participação de nomes da MPB como Caetano Veloso, Chico Buarque, Milton Nascimento, Luiz Melodia, Leny Andrade, Ney Matogrosso e Leila Pinheiro. Gandelman Já realizou de mais de 800 gravações, incluindo trilhas sonoras para cinema, novelas e minisséries.

Banda Transcendental - O grupo tem no seu trabalho de pesquisa a mais pura e verdadeira essência da música da Bahia, uma mistura da música barroca tão presente nas igrejas e cultos católicos, e da música afro tão enraizada e presente na cultura baiana. É formado por Vinicius Freitas (saxofones e flauta), Mateus Aleluia - remanescente do grupo Os Tincoãs – (trompete e flugel horn), Jota Anderson (contrabaixo), Bira Marques (piano), Ricardo Braga,Luizinho du Gege e Kainã du Gege - pai e filho representantes da nação Gege – (percussão). A banda tem como influência os Tincoãs, que fizeram um trabalho afro-barroco cantado, e compositores como Tranquilino Bastos, Amando Nobre e Heráclito Guerreiro. Suas músicas contam uma história no contato imediato, sentimento adquirido nas vastas andanças pelas ruas de São Félix e Cachoeira, no Recôncavo Baiano.

SEXTETO DE SOPROS (CACHOEIRA) – Liderado por Paulo Vitor, o grupo trabalha com os diversos elementos e variantes dos instrumentos de sopros.

ADSON SODRÉ TRIO (JEQUIÉ) - Formado por Anderson Sodré (bateria), David Macedo (baixo) e liderado por Adson Sodré (guitarra), o trio desenvolve seu trabalho sobre o rock instrumental, com influências desde a música nordestina, passando pelo progressivo, jazz fusion e vertentes do rock. Em 2010 o guitarrista Adson Sodré concluiu o seu primeiro CD, “É assim que sou. Assim que soou” . O músico é conhecido no meio gospel pela suas participações de CDs e DVDs com cantores como Aline Barros (RJ), Carlinhos Félix (ES), Val Martins (RJ), Daniel e Samuel (GO). Adson participou do “Troféu Talento” (2007 a 2009), o maior evento da premiação gospel no Brasil, acompanhando intérpretes do gênero. Em 2008 o trio foi atração do festival da revista Guitar Player, executando, além de músicas próprias, o cover “Damage Control” do guitarrista John Petrucci, com vídeo postado no youtube.
5/12 (DOMINGO) 19 HORAS Abertura: Filarmônica Minerva Cachoeirana
AROLDO MACEDO – Filho de um dos inventores do trio elétrico, Osmar Macedo, o multi-instrumentista baiano Aroldo Macedo começou a estudar piano aos nove anos de idade. Aos doze, apaixonado pelos ritmos da terra, passou a tocar bateria. Segundo ele, foi esse o instrumento que lhe deu uma visão ampla da música, permitindo que fundisse choro, bossas e frevo, indo do dobrado ao rock. Sempre como autodidata, formou ao lado do pai e dos irmãos Armandinho, Betinho e André o grupo que transformou e modernizou as bandas de trio elétrico. Compôs músicas para o Trio Elétrico Dodô & Osmar, o grupo A Cor do Som e para Moraes Moreira.
NÚCLEO DE PERCUSSÃO DA UFBA - Coordenado pelo professor Jorge Sacramento, o Núcleo é um setor da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia. Com a sua filosofia, Sacramento tem aumentado em qualidade e quantidade os alunos de percussão, resultado de 14 anos de trabalho na área de ensino, pesquisa e extensão, incluindo os conhecimentos da cultura afro-baiana. Juntamente com o maestro Angelo Rafael tem produzido muitos concertos. Em 2003, o grupo apresentou o “Tributo a Pixinguinha”, com músicas do compositor executadas nos instrumentos de teclas da percussão, conquistando a premiação na categoria especial do ano de 2003/2004 do Troféu Caymmi. Em 2004, aconteceu o show “Tributo a Waldir Azevedo”, lotando o Teatro do Sesi em toda a temporada. Em 2007, o grupo participou do projeto “Sonora Brasil”, produzido pelo Sesc, com apresentações em 74 cidades brasileiras.
QUINTETO DE MADEIRA (SÃO FÉLIX) - O Quinteto de Madeira (formado por Adenilson Almeida, Catarina Oliveira, Cidália dos Santos Neta, Luiz Carlos C. Santos e Otoncarlos Santana) nasceu na cidade de São Félix em 2008, para se apresentar no sarau dos alunos do Curso de Licenciatura em Música EAD pela UFRG com um polo sediado na cidade. Todos os músicos integram a Sociedade Filarmônica União Sanfelista e três destes são alunos da universidade. A iniciativa de formar um grupo de câmara se deu através do clarinetista Adenilson junto com seus amigos, com o objetivo de mostrar para a comunidade um trabalho diferenciado, e proporcionar aos ouvintes um repertório bastante eclético, apresentando composições do período barroco, como as do compositor Johan Sebastian Bach, até o período contemporâneo com o baiano Lindemberg Cardoso.


QUATERNÁLIA (FEIRA DE SANTANA)- O talento musical e o gosto pela música instrumental de quatro baianos fizeram surgir em 2008 o grupo Quaternália: Gilmar Araújo (guitarra semiacústica), Anderson Silva (baixo),Rogério Ferrer (piano,acordeón e violão), Adson Jr (bateria). Desde então, o grupo se apresenta em diversos bares com o projeto Quinta Instrumental, e em teatros de Feira de Santana. Teve atuação brilhante na Praça do Fórum no Dia do Músico, e no Natal na Praça. No seu repertório, clássicos da MPB e mundial em versões instrumentais com influências notória do jazz. Entre os músicos existe também uma preocupação com os arranjos, o que dá uma marca pessoal ao grupo. O Quaternália lançou este ano um CD instrumental com composições autorais e releituras.
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