quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

AS FILARMÔNICAS BAIANAS SERÃO HOMENAGEADAS

O I Festival de Música Instrumental do Interior da Bahia, que começa na próxima sexta-feira, 3 de dezembro, e vai até domingo (5), na cidade histórica de Cachoeira, prestará homenagens especiais a algumas personalidades e instituições baianas que contribuem de modo significativo para a criação e a difusão da música instrumental. Nas três noites da programação, que terá lugar no Centro de Artes da Universidade Federal do Recôncavo (CAHL - rua Maestro Irineu Sacramento, S/N, Centro), serão homenageadas todas as filarmônicas da Bahia, hoje em torno de 200 grupos, representadas no Festival pela Lyra Ceciliana, Minerva Cachoeirana e União Sanfelixta, de São Félix; o músico e compositor Mateus Aleluia, ex-Tincoãs; o artista visual e diretor do Centro Cultural Dannemann e idealizador do Festival de Filarmônicas do Recôncavo, Pedro Arcanjo; os 60 anos do Trio Elétrico de Dodô e Osmar, com a presença do músico Aroldo Macedo, e os 25 anos da TV Educativa da Bahia, emissora que tem apoiado e registrado as edições do Festival de Música Instrumental da Bahia, realizadas até então em Salvador. O Festival em Cachoeira tem o patrocínio da Petrobras e Ministério da Cultura; apoio financeiro do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura do Estado. É uma realização da Associação Instrumental da Bahia e tem produção da Mil Produções. A curadoria é do maestro e compositor Zeca Freitas e do ator e pianista Fernando Marinho. Depois de Cachoeira, a segunda etapa do Festival vai acontecer na cidade de Jequié, no Centro de Cultura ACM, nos dias 17, 18 e 19 de dezembro, com mais atrações.

AS FILARMÔNICAS – Instituições de grande tradição cultural no interior da Bahia, muitas delas centenárias, geralmente são sociedades civis sem fins lucrativos e que enfrentam dificuldades financeiras para se manter. Elas desempenham um importante papel social e educativo, ao formarem, através de escolas para crianças e jovens, verdadeiras gerações de músicos, compositores e regentes. As filarmônicas se apresentam em eventos sociais, datas cívicas e comemorativas por todo o interior, e seu repertório inclui hinos, marchas, dobrados, valsas, polcas, sonatas, sambas, MPB, erudito e outros ritmos. Hoje estimadas em cerca de 200 grupos em todo o Estado, no Festival as filarmônicas baianas serão homenageadas através de três representantes do Recôncavo: a Sociedade Cultural Orfeica Lyra Ceciliana, fundada em 13 de maio de 1870 pelo renomado maestro, compositor, arranjador e líder abolicionista, Manuel Tranquillino Bastos; a Sociedade Filarmônica União Sanfelixta, antes conhecida como Harpa Sanfelixta, fundada em 7 de setembro de 1916, na cidade de São Félix, e a Sociedade Lítero Musical Minerva Cachoeirana, outro importante símbolo da musicalidade regional, fundada em 10 de fevereiro de 1878. Elas farão a abertura da festa musical em Cachoeira.
Mateus Aleluia - Natural de Cachoeira, Bahia, é compositor, instrumentista e cantor, remanescente do grupo vocal Os Tincoãs, com discos gravados nas décadas de 70 e 80. O trabalho de pesquisa musical da ancestralidade africana dos Tincoãs resultou num convite para apresentações em Angola, que culminou com a permanência de Mateus Aleluia naquele país. De volta ao Brasil em 2002, hoje, ele é um dos integrantes da Banda Transcendental – que se apresenta no Festival - onde toca trompete e flugel horn. O grupo tem no seu trabalho de pesquisa a essência da música da Bahia, inspirada também nos Tincoãs, uma mistura da música barroca das igrejas e cultos católicos e da música afro tão enraizada e presente na cultura baiana. 60 Anos do Trio Elétrico – Mais uma homenagem do Festival, que traz para o público esse projeto desenvolvido pelo Grupo de Percussão da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, sob a coordenação do professor Jorge Sacramento, com a participação especial do músico Aroldo Macedo, filho mais jovem de Osmar Macedo, um dos criadores do Trio, instituição que revolucionou a música do carnaval baiano.