sábado, 9 de março de 2013

Cachoeira completa 176 anos, quarta-feira, dia 13 de março




A  população de  Cachoeira, cidade história do Recôncavo baiano, comemora   no dia 13 de março (quarta-feira), 176 anos  da elevação da antiga Vila de Nossa  Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira à categoria de cidade.  As festividades tiveram início no último final de semana com  a realização de shows  em praça pública  com  Filhos de Jorge, Jau, Harmonia, Seu Maxixe, Samba de Roda de Dona Dalva, Samba da Esmola Cantada ,  Samba da Vida, Filhos do Caquende e Brotou Samba, além da abertura da exposição de fotos antigas “Cachoeira Memórias”, organizada pelo museólogo Jomar Lima, com apoio da Secretaria de Cultura e Turismo do município, no Espaço Cultural Hansen Bahia. A exposição ficará aberta ao público até o mês de abril.
Prefeito Carlos Pereira
Vista panorâmica de Cachoeira Foto: Jomar  Lima

No dia 13, data do aniversário da cidade, será feriado municipal.  A data será  lembrada na Câmara de Vereadores, coma realização de sessão solene, tendo como orador o jornalista Robson do Val, tetraneto do professor , jornalista  e abolicionista cachoeirano Augusto Mota. Após a sessão, está previsto o lançamento do romance Roma Negra, de autoria de Robson do Val,  inspirado em  fatos  reais  ocorridos no período pré-abolicionista em Cachoeira. Ainda  na oportunidade o prefeito  do município Carlos Pereira fará a entrega simbólica  do material escolar do Sistema de Ensino Positivo  aos alunos da rede municipal.

 Consta ainda da programação dos 176 anos de Cachoeira, a reabertura da Sala de Pesquisa do Arquivo Público Municipal, considerado um dos mais importantes do País, devido ao seu acervo raro de documentos  datados do  séculos  17, 18,  19 e  20.  Em seguida,  o prefeito Carlos Pereira fará a reabertura do Campo da Manga, tradicional campo de futebol da cidade, totalmente requalificado  e com grama sintética. Enquanto isso, diversas manifestações culturais vão agitar a cidade em diferentes locais.


Cachoeira chega aos 176 anos de existência  enfrentando diversos desafios para  preservar a sua identidade de cidade histórica, distinguida com o título Monumento Nacional desde 1971. O prefeito de Cachoeira, Carlos Pereira, considera que o principal desafio  do seu governo é trabalhar pelo desenvolvimento da cidade  sem  descaracterizar  o seu patrimônio arquitetônico. “ Não  podemos pensar em  desenvolvimento para Cachoeira sem respeitar  as suas  características  de cidade histórica, com sua origem no século 17”, disse Pereira.  Para o prefeito  o  projeto de desenvolvimento socioeconômico  de Cachoeira deve valorizar  a sua riqueza cultural e patrimonial.  O turismo cultural é a principal vocação de Cachoeira, por isso temos que preservar e valorizar  essa identidade que faz  a cidade ser diferenciada”, enfatizou Carlos Pereira.

 Importância histórica – Situada no recôncavo baiano, às margens do Rio Paraguaçu, sua história se faz presente  nos velhos casarões, restaurados, nos azulejos das igrejas e nas cores e sabores de sua culinária que remetem ao período colonial.  Os detalhes da arquitetura barroca,  a centenária  ponte metálica D. Pedro II que liga Cachoeira São Félix sobre o Paraguaçu  e conjunto de tradições das comunidades afrodescendentes, festas religiosas, a como a Festa de Nossa Senhora da  Boa Morte, manifestação  de origem católica mesclada com traços  das religiões de matrizes africanas, artesanato e culinária, tornam Cachoeira um lugar  muito especial.


A cidade surgiu no  século  17, ao lado de uma colina onde havia um assentamento em torno de e de capela conjugados a  um engenho da  família  de Paulo Dias Adorno. O povoado se espalhou  pelas margens do Paraguaçu, onde havia apena um alambique. Cachoeira teve o seu apogeu econômico  nos séculos 18 e 19, quando seu porto era utilizado para exportação de açúcar  e também  de fumo  para a Europa. Por estar situada entre o litoral e o sertão, Cachoeira se tornou importante entreposto comercial, unindo as duas regiões e facilitando o escoamento de alimentos, o transporte de gado e de minerais. A cidade atrai turistas do mundo todo, por ser importante centro da cultura afrobrasileira. A presença dos afrodescendentes é um dos motivos da diversidade cultural popular. A Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, por exemplo, é formada até os dias de hoje somente por mulheres negras e sua origem remonta à época das escravas alforriadas.


Considerada  um das joias do patrimônio histórico brasileiro, a cidade  recebeu,  em 1971, o titulo de Monumento Nacional, concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional(Iphan).  Com esse reconhecimento, a responsabilidade do Poder Público com  memória da cidade cresceu. As ações mais incisivas, além do tombamento ganham corpo,  como por exemplo  as ações do Programa Monumenta  do Governo Federal, através do Iphan  restaurou importantes monumentos  de Cachoeira como  o prédio da Câmara e Cadeia Pública, Conjunto do Carmo, Igreja da Matriz, Capela da Ajuda, Igreja do Rosarinho e Cemitério dos Nagôs, além de   restaurar e requalificar o Quarteirão Leite Alves para abrigar ao Centro de Artes Humanidades e Letras (CAHL) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia(Ufrb).