sábado, 22 de março de 2014

Cachoeira prepara homenagens para bicentenário de nascimento de Anna Nery


A Secretaria de Cultura e Turismo iniciou os contatos com instituições que pesquisa e preservam a memória da enfermeira cachoeirana Anna Nery, com o objetivo de elaborar uma programação em homenagem ao seu bicentenário de nascimento, a ser comemorado no dia 13 dezembro. Com essa finalidade, o secretário José Luiz Bernardo esteve recentemente em Salvador em visita ao MUNEAN (Museu Nacional de Enfermagem Anna Nery), tendo sido recebido pela diretora da instituição  Maria Júlia Lemos. Do encontro resultou a proposta da criação de um memorial em Cachoeira, terra natal da heroína, a ser abrigado na casa onde ela nasceu, na antiga Rua da Matriz, atual Anna Nery, com a colaboração do MUNEAN.

Segundo o secretário José Luiz, há muita disposição da direção do MUNEAM em apoiar a instalação do memorial em parceria com o município de Cachoeira. Ainda segundo ele, também está sendo estudada a elaboração de diversas atividades para marcar a data. Anna Justina Nery nasceu em Cachoeira em 13 de dezembro de 1814. Aos 51 anos, durante a Guerra do Paraguai, destacou-se no atendimento aos feridos. Sua dedicação foi amplamente reconhecida pelos governos que participaram do conflito. Os restos mortais da heroína estão guardados numa urna de bronze, na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, ao lado da casa onde ele nasceu.
                      ANA NERY - A Matriarca da Enfermagem no Brasil
A primeira escola oficial de enfermagem de alto padrão no Brasil, fundada por Carlos Chagas em 1923, recebeu em 1926 o nome de "Anna Nery", em homenagem à primeira enfermeira brasileira, que serviu como voluntária na guerra do Paraguai. Anna Nery  
Viúva do capitão-de-fragata Isidoro Antônio Nery, viu seus filhos, o cadete Pedro Antônio Nery  e os médicos Isidoro Antônio Nery Filho e Justiniano de Castro Rebelo; seus irmãos Manuel Jerônimo Ferreira e Joaquim Maurício Ferreira, ambos oficiais do exército, serem convocados para a Guerra do Paraguai.
Ana Nery escreveu então ao presidente da província uma carta em que oferecia seus serviços como enfermeira enquanto durasse o conflito.
Partiu da Bahia, de onde nunca saíra, em 1865, para auxiliar o corpo de saúde do Exército, que era pequeno e contava com pouco material. Começou seu trabalho no hospital de Corrientes, onde havia, nessa época, cerca de seis mil soldados internados e algumas poucas freiras vicentinas. Mais tarde, assistiu os feridos em Salto, Humaitá, Curupaiti e Assunção.
Mulher de posses, com seus recursos montou na capital conquistada, na própria casa onde morava, uma enfermaria limpa e modelar. Ali, trabalhou abnegadamente, até o fim da guerra, na qual perdeu seu filho Justiniano e um sobrinho, que se alistara como voluntário da pátria.
De volta ao Brasil, em 1870, Anna Nery recebeu várias homenagens: foi condecorada com as medalhas de prata humanitária e da campanha e recebeu do imperador uma pensão vitalícia, com a qual educou quatro órfãos que recolhera no Paraguai. Seu retrato de corpo inteiro, obra de Vítor Meireles, figura em lugar de honra no paço municipal de Salvador. Anna Nery morreu no Rio de Janeiro,  no dia 20 de maio de 1880.