sábado, 31 de maio de 2014

A criatividade do artista Pequenininho faz parte do São João e Feira do Porto de Cachoeira


Pensar na Feira do Porto de Cachoeira sem as bandeirolas multicoloridas, que dão um charme todo especial à beira do Rio Paraguaçu, cenário da maior e mais popular festa do Recôncavo, está fora de qualquer cogitação. Assim como o licor de Cachoeira, o amendoim, a cana mirim, a maniçoba, a canjica, o bolo de puba, o mingau de milho e de tapioca, os objetos de cerâmica dos oleiros de Maragojipinho, entre tantos itens, não podem faltar as bandeirolas coloridas que caracterizam as tradições juninas da cidade histórica. Há quase quatro décadas, o artista plástico Waldomiro Gomes da Silva, um senhor com 73 anos, bem vividos, empresta o seu talento e criatividade para criar o mais famoso arraial da região.

Esbanjando muita energia, Waldomiro Gomes da Silva, mais conhecido popularmente como Pequenininho é um gigante no seu trabalho, que, para ele, é uma profissão de fé, abraçada desde a realização da primeira edição da Feira do Porto, em 1971. Desde então, a festa ficou apenas dois anos, sem o toque das suas mãos. “Estive realizando outros trabalhos em Salvador, nessas duas ocasiões”, justifica a sua ausência nos dois anos que ficou de fora da decoração das ruas de sua cidade.




Desde o final do mês de maio, a rotina do artista muda completamente: O histórico Porto de Cachoeira e as ruas no seu entorno passam a ser o seu local de trabalho. A labuta começa às 7 da manhã e se estende até a madrugada do dia seguinte. “Tem que ser assim, para tudo dar certo”, diz . Nas ruas, a cada instante ele é solicitado, por uma membro da sua equipe para pedir orientações. Pequeninho sobe escada, fez medições, dar ordens, discute quando o resultado não é o esperado por ele, e conserta quando as coisas saem erradas.

Para enfeitar Cachoeira para a sua gente e para os milhares de visitantes que lotam cada centímetro da Feira do Porto, Pequeninho comanda uma equipe composta por seis costureiras e aderecistas;dois eletricistas ; e mais doze homens que colocam as bandeirolas e as peças que fazem parte do projeto de decoração idealizado pelo artista. A missão da equipe sob o comando de Pequenininho é assegurar que até o dia 10 de junho, tudo esteja em seus devidos lugares, conforme o planejado. Daqui por diante, não temos hora para terminar de trabalhar para entregar o trabalho 100% pronto”, conta do alto de uma escada, onde ajuda a dar os últimos retoques numa instalação que forma a bandeira do Brasil.

O artista revela que nos dias que antecedem o início da festa, passa até as horas das refeições para supervisionar os trabalhos. “Eu não descanso, enquanto não vejo tudo pronto, como imaginei”. Depois de considerar a missão cumprida, Pequenininho, conta que a sua felicidade é ter contribuído para deixar a cidade mais bonita e pronta para receber os turistas e os seus próprios moradores. “A sensação é de dever cumprido e a emoção de saber que dei a minha contribuição para alegria de milhares de pessoas”, revela com entusiasmo. (Alzira Costa)