terça-feira, 29 de julho de 2014

Um alerta aos saqueadores da Estação Ferroviária de Cachoeira



Os dormentes de madeira utilizados nas linhas férreas são tratados quimicamente para aumentar a durabilidade. Em muitos casos, o tratamento é feito com pentaclorofenol (conhecido como pó da China), uma substância que,cuja exposição ainda que por pouco tempo, debilita o sistema imunológico do ser humano. Pode afetar os sistemas cardiovascular, respiratório, gastrointestinal, neurológico, endócrino e reprodutivo e causar problemas de pele. Estudos demonstram efeitos prejudiciais para o fígado, rins, pele, sangue, pulmões e sistema nervoso central.

Empresas que utilizam dormentes tratados com esta substância, ao comercializá-los, apresentam um documento ao comprador com uma série de recomendações para a sua utilização devido os riscos à saúde e ao meio ambiente. No caso dos dormentes, o comprador tem que assinar um documento, ir ao Fórum, registrá-lo em cartório, se comprometendo a não utilizar a madeira na cobertura de telhados, em fornos de padaria ou churrasqueira, etc. Esse procedimento é adotado em Cachoeira e São Félix.

Isso é só para lembrar aos gananciosos que invadiram a Estação Ferroviária de Cachoeira no último final de semana do risco que estão correndo com utilização inadequada dos dormentes surrupiados. Para que se lembrem do aconteceu na cidade de Goiânia em 1987. Na manhã de 13 de setembro de daquele ano, um domingo, os catadores de materiais recicláveis Kardec, Wagner e Roberto foram ao antigo Instituto Goiano de Radiologia, abandonado na região central de Goiânia, e levaram um aparelho radiológico de mais de 100 kg, de onde seriam retirados chumbo e outros elementos. Já no primeiro dia, depois de abrirem a cápsula, os dois começaram a apresentar sintomas da radiação, mas não procuraram ajuda.

Cinco dias depois, parte do equipamento foi levada para o ferro-velho de Devair Alves Ferreira, na rua 57, no antigo bairro Popular. Dentre as peças estava a cápsula do césio 137, já violada. Ele chegou a revender parte do objeto para outro ferro-velho. Encantado com o brilho azul, também levou o material para dentro de casa. O césio 137 se espalhou deixando um rastro de mortes e doenças. Já na nossa vizinha Santo Amaro A COBRAC produzia ligas de chumbo, a partir do minério de chumbo das minas de Boquira, utilizando processo metalúrgico que resultou no lançamento na atmosfera de subprodutos que segundo ensaios realizados conforme a NBR10.004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, os metais pesados chumbo (Pb) e cádmio (Cd), são considerados resíduos perigosos e altamente tóxicos. A escória foi utilizada para o calçamento da cidade, construção de muros e jardins nas residências de Santo Amaro.

Existe, ainda, cerca de 500 toneladas enterradas nas proximidades da empresa e uma imensa quantidade de lixo tóxico encoberto por inocentes cultivos como bananeiras e mandiocas, que servem de alimento tanto à população local como para exportação para outras regiões, como Salvador, por exemplo.